Correio da manhã
O actor brasileiro Buza Ferraz morreu na madrugada deste sábado, vítima de paragem cardíaca. Tinha 59 anos.
O actor Alberto Buza Ferraz, de 59 anos, que fez longa carreira na televisão, cinema e teatro, grande parte dela na Rede Globo, morreu na madrugada de hoje no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Internado sábado à noite, não resistiu à última de três paragens cardíacas que sofreu enquanto os médicos o examinavam.
Buza Ferraz começou a sentir-se mal na tarde de sexta-feira na cidade de Teresópolis, região serrana do Rio, onde passava o feriado da Páscoa. De acordo com a cunhada, Cláudia, ele começou a ter dificuldades em respirar e procurou um hospital local, onde foi aconselhado a procurar uma unidade no Rio de Janeiro, com mais meios complemantares de diagnóstico e de tratamento.
Continuando com as dificuldades respiratórias, o actor viajou até à capital carioca e procurou o Hospital Samaritano, um dos mais conceituados da cidade, onde os médicos, depois de uma primeira avaliação, decidiram interná-lo. Durante novos exames, Buza Ferraz sofreu as três paragens cardíacas. Nas duas primeiras os médicos conseguiram reanimá-lo, mas a terceira foi fatal.
O funeral de Buza Ferraz está marcado para este sábadono Cemitério São João Batista, também no bairro de Botafogo. O actor deixa cinco filhos.
CARREIRA
O último papel de Buza Ferraz na televisão foi uma participação em 2008 na série juvenil “Malhação”, da Tv Globo, onde interpretou Marcos. Em novelas, a sua última participação tinha sido como o advogado Ivan em “Páginas da Vida”, também da Tv Globo, em 2006.
Em 1975, no auge da ditadura militar brasileira, ele provocou bastante polémica ao interpretar Cauê na novela global “O Rebu”, no qual o seu personagem tinha um relacionamento homossexual com um rico empresário. Foi a primeira vez que a homossexualidade foi tratada numa novela. Naquela época a maioria dos textos escritos para a novela foram censurados.
Outros trabalhos de Buza Ferraz na televisão foram “Labirinto” (1998), “História de Amor” (1995), “Despedida de Solteiro” e “Pedra Sobre Pedra”, (ambas de 1992) e “Kananga do Japão” (1989).
No cinema, participou, como actor ou realizador, em vários filmes, nomeadamente “Elvis & Madonna” (2008), “Vestido de Noiva” (2006), “Viva Sapato!” (2002), “Brava Gente Brasileira” (2000), “Vox Populi” (1998) e “For All” (1997).
Segundo familiares, actualmente ele não estava ligado a nenhuma emissora. Dirigia um espaço cultural diversificado no Rio e estava a ultimar a producção de uma peça escrita pelo filho mais novo, o também actor António Bento, de 20 anos, que tinha estreia prevista para o segundo semestre deste ano.
Domingos Grilo Serrinha, correspondente do CM no Brasil
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