quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ney Latorraca e Cláudia Ohana relembram curiosidades de 'Vamp'

Cláudia Ohana e Ney Latorraca na cena em que o vampiro Vlad morde Natasha. Foto: TV Globo/Divulgação
Jakeline Greice

O clima enigmático, o humor negro e a sensualidade de Vamp, que provocaram os telespectadores no início da década de 1990, estão de volta. Escrita por Antônio Calmon, com colaboração de Vinícius Vianna, Lilian Garcia e Tiago Santiago e dirigida por Jorge Fernando, a trama reestreia nesta segunda, dia 11, no canal por assinatura Viva. A trama, outrora exibida às 19h, trouxe em seu enredo a guerra declarada entre o Bem e o Mal. Ney Latorraca, como o vampiro Vlad, conquistou um enorme público infantil. O timbre de voz diferenciado veio, oportunamente, com o incômodo provocado pela dentadura de vampiro. "Não conseguia fixar a mordedura na boca e a voz ficava diiferente. Usei isso para o personagem", se deleitou.

No primeiro capítulo, Vamp mostrava a fictícia Baía dos Anjos em 1781 e o vampiro Conde Vlad sendo exorcizado. Em vão. Duzentos anos mais tarde, ele encontra Natasha, uma cantora de talento, mas sem reconhecimento, vivida por Cláudia Ohana. Na ânsia de conseguir o sucesso a qualquer preço, ela decide vender sua alma ao vampiro. "Sempre cantei. Apesar de não ter experiência com o rock, me identifiquei bastante com a personagem", lembrou a atriz, que chegou a gravar um clipe para a novela em Veneza, na Itália. Os clipes eram então uma inovação nas novelas globais. Uma ideia do próprio Calmon.

Os momentos "rock'n'roll" da protagonista proporcionavam à novela um show à parte. Mesmo sabendo que gravaria cerca de 30 cenas por dia, Cláudia chegou a sugerir à produção que ela mesma cantasse. E conseguiu. "Lembro-me que era muito engraçado gravar com os dentes de vampiro, eu e Fábio Assunção, meu par, ríamos muito, a ponto do pessoal do estúdio ter de esperar", lembrou com saudades.

Devido ao sucesso, a história foi reprisada em apenas 11 meses após seu último capítulo, na Sessão Aventura da Globo, às 17h. Horário atualmente ocupado pela série adolescente Malhação. As músicas "sinistras" compostas por André Speling eram acompanhadas pelo vídeo de belíssimas paisagens de Veneza, Lisboa e Búzios, cidades que serviram de locações para o folhetim. Os figurinos góticos e as cenas rápidas, inspiradas em cartuns, garantiram uma combinação que zombava do lado sombrio da trama. Sempre no último bloco de cada capítulo, a imagem final era congelada e transformada em desenho em quadrinhos. O figurinista de Vamp, Lessa de Lacerda, se inspirou em Os Vingadores, grupo de super-heróis de histórias infantis. "O figurino foi gótico e sensual. O vermelho, roxo e preto foram as cores predominantes", explicou Lessa.

Além das sequências com Vlad, boa parte das gargalhadas do público de Vamp vinha de um núcleo específico: a família Matoso. Patrícia Travassos, que vivia a histriônica Mary Matoso, até hoje se lembra com humor de sua participação na história. Em especial, porque os "efeitos especiais" eram criados mecanicamente. Inclusive as folhas e a areia que entravam no ambiente cenográfico eram reais, irritando os olhos dos atores. "Colocávamos uma lente de contato de vidro vermelha de verdade que arranhava os olhos", recordou a atriz. Fazia sucesso a "essência de feridinha de criança levada", um dos ingredientes acrescentados nas poções encantadas preparadas no grande caldeirão de Mary Matoso.

Atores como Reginaldo Faria e Joanna Fomm foram importantes para a trama da novela. O primeiro vivia o Capitão Jonas Rocha, viúvo com seis filhos que se casava com Carmem Moura, da atriz, também viúva com seis filhos. Uma coincidência provocadora de inúmeros conflitos familiares, que permitiam aos personagens serem identificados pelo público como referenciais de pai e mãe. Joanna Fomm se lembra como as crianças se deslumbravam com a trama. "O público me parava nas ruas para perguntar sobre os meus filhos da novela", lembrou. Ela admite ter se surpreendido com o sucesso da novela, Para ela, as produções de então, que abordavam o tema "vampiros", geralmente eram chatas.

Reginaldo teve sua inspiração em Popeye, personagem da clássica história em quadrinhos de E.C. Segar, um marinheiro boa-praça que se torna super-forte quando se alimenta de espinafre. "Eu assistia muito Popeye, ele exibia sua musculatura e estava sempre pronto para defender quem amava, assim como o Capitão Jonas", explicou.
Vamp - Viva - Segunda a sexta, às 15h30.
14 de abril de 2011 • 15h23
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