sábado, 25 de setembro de 2010

Marcelo D2 homenageia Bezerra da Silva em seu novo CD

Extra Online
por Ana Clara Werneck
25.09.2010

A volta do malandro

Uma homenagem de filho para pai. É assim que Marcelo D2 explica seu novo CD, “Marcelo D2 canta Bezerra da Silva”. Os dois compositores só foram se conhecer em 1993, quando o sambista convidou o rapper para uma participação num clipe seu, mas D2 conta que já ouvia os discos do veterano desde criança, e achava “o máximo da malandragem” cantar as músicas cheias de trocadilhos na adolescência.

— Minha relação com Bezerra começou antes de ele ter uma relação comigo. Depois do clipe, nossa amizade só se estreitou e virou uma relação de pai e filho quando meu pai morreu, em 1998. A gente não precisava de palavras — emociona-se.

A emoção, aliás, rolou solta na gravação do disco.

— No estúdio, parecia que as músicas dele eram minhas. Chorei várias vezes enquanto gravava — lembra.

Rapper ou sambista?
Marcelo D2 ficou conhecido cantando rap, na época em que liderava a banda Planet Hemp, mas o público percebe que de alguns anos para cá suas músicas têm cada vez mais uma pegada de samba.

— Não me considero rapper nem sambista. Eu sou um boêmio — define ele, que ainda não sabe que estilo musical vai predominar em seu próximo trabalho: — Preciso tirar umas férias para pensar nisso.

Homenagem na capa
A capa do CD de D2 foi inspirada no disco “Eu não sou santo”, lançado por Bezerra em 1990, na qual ele aparecia pregado na cruz com um cinturão de balas e segurando duas armas. Na versão atualizada, porém, elas foram substituídas por microfones e plugues. Mas a evidente polêmica — da capa e das letras das músicas, a marca registrada do homenageado — não é problema para ele.

— Nunca vou tentar o lugar confortável, sempre pensei na arte como algo para instigar. Mas escolhi esse porque foi o primeiro disco que comprei com o meu dinheiro na vida — explica.


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