segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

'Tenho orgulho das minhas conquistas', diz Maria Rita

Cantora lembra ter sofrido "quase uma depressão" antes de virar cantora, e foi incentivada pelo pai Cesar Camargo Mariano a largar tudo e cantar

Maria Rita lança novo disco, Amor e Música - Divulgação

Rio - Quinze anos de carreira, dez anos do lançamento de 'Samba Meu' (primeiro mergulho seu no samba). E ah, quarenta anos de vida. Tudo ao mesmo tempo em 2017. O balanço que Maria Rita faz dessas datas comemorativas não poderia ser outro. "Eu sobrevivi!", alegra-se a cantora, que retoma o samba em seu novo disco, 'Amor e Música'.

Lançada como "a cantora que todo mundo estava esperando" - dado o fato de ser filha de Elis Regina, e também pela qualidade de seu primeiro disco, 'Maria Rita' (2003) - ela vem conseguindo corresponder a um mercado musical que trata muito mal seus ídolos. "O mercado é cruel sim. Mas eu tenho orgulho das minhas conquistas. Olho para trás e acho tudo legal. Até por causa da educação que recebi (de Elis e do pai César Camargo Mariano), fui muito fiel à minha verdade. Não me perdi de mim. É isso!", diz.

Depressão
A escolha pela música, no começo da década passada, envolveu mudanças cruciais, já que Maria Rita Mariano (como chegou a ser conhecida no comecinho da carreira e até foi apresentada numa ida ao 'Altas Horas') era, até 2003, uma comunicóloga formada em estudos Latino-Americanos. "Eu falava três línguas. Talvez hoje eu fosse... uma excelente jornalista", brinca ela. "Fui trabalhar na equipe do meu irmão (Pedro Mariano). Mas fiquei muito mal, me peguei quatro noites sem dormir deitada na cama. Era quase uma depressão", conta ela.

Maria Rita lança novo disco, Amor e Música - Divulgação

César, o pai, não deixou de perceber isso. "Ele me disse: 'Você sabe que está no lugar certo fazendo a coisa errada. E sabe que tem que fazer a coisa certa, não é?'", conta. "E ainda falou: 'Já sabe o que te aguarda, né?' Dois meses depois eu estava no palco cantando. Respirei fundo antes de emitir uma nota. Era como se eu estivesse em casa e o palco fosse o meu lugar".

Timidez?
Maria Rita diz ter perdido muito de sua timidez com o tempo. "Eu sou gaiata, falo muita bobagem. O contratante tinha receio de contratar um show daquela menina sisuda, que parecia velha. Hoje ainda sou tímida mas me tornei uma pessoa mais solar", conta. O repertório do novo CD vai nessa linha, investindo em músicas de Arlindo Cruz ('Cara e Coragem', parceria com o marido dela, Davi Moraes), 'Saudade Louca' (de Arlindo Cruz, Franco e Acyr Marques) e uma antiga de Moraes Moreira, justamente a faixa-título. E tem ainda uma inédita de Marcelo Camelo, 'Pra Maria'. Um compositor que ela tem orgulho de ter revelado. Embora explique ter descoberto o que os fãs dos Los Hermanos já sabiam.

"Ele já tava aí, tinha dois discos gravados na época. Mas tenho orgulho. Ele já olhou na minha cara, olho no olho, chorando e dizendo: 'Muita coisa boa aconteceu na minha vida por causa disso'. É como se eu tivesse devolvido para a música tudo o que ela me deu", conta ela, atenta ao fato de que as plataformas de streaming não creditam compositores. "Não tenho como fazer que nem a Adéle e a Taylor Swift e impedir meu catálogo no streaming, mas estou buscando usar outras ferramentas", afirma.

De 2007 para cá, uma nota triste: Arlindo Cruz, amicíssimo de Maria Rita e importante na época de 'Samba Meu', está internado há um ano com um AVC. "Não consegui visitá-lo. Já tentei três vezes e não consegui. Tenho dificuldade com essas coisas. Penso sempre nele quando subo no palco e estou em contato com a família", diz.

Um alegria: a música inédita que Maria Rita ganhou da família do sambista baiano Batatinha, morto em 1997. 'Samba e Swing' chegou pelo marido Davi Moraes. "Ele me disse que a família do Batatinha falou que tinha uma música que eles queriam que eu gravasse. Fiquei sem reação! 'Você tá entendendo, né?', me disse Davi", conta. "Quando ela chegou, foi um desafio. Eu ficava 'amanhã eu mexo nela', 'depois eu faço'. Mas era minha cara, fiquei honrada".

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