quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Escola evita festa antecipada

Quinta-Feira, 18 de Fevereiro de 2010

Tijuca só mandou gelar as 60 mil latas de cerveja após a apuração

Felipe Werneck, Bruno Boghossian e Luciana Nunes Leal, RIO

MAIS QUE ESPERADO - Madrinha da bateria, Adriane Galisteu beija o troféu que a Tijuca queria desde 1936

Escolada com o favoritismo que resultou em derrota nos últimos carnavais sob o comando do carnavalesco Paulo Barros, a direção da Unidos da Tijuca só mandou gelar as 60 mil latas de cerveja estocadas para uma possível festa da vitória após o resultado da apuração. Ao contrário do que se viu no desfile, não teve truque de ilusionismo na calorenta quadra da escola, na Avenida Francisco Bicalho, zona portuária do Rio. Com o anúncio da campeã do carnaval, funcionários da Tijuca começaram a correr nos fundos da quadra com latas e sacos de gelo.

"Está quente, tem de esperar um pouquinho", disse um dos atendentes do bar, às 18 horas. Pouco antes do encerramento da apuração, a quadra, com capacidade para 8 mil pessoas, ainda não estava cheia. Aos poucos, foi chegando cada vez mais gente.

Não havia Batman nem Homem-Aranha, os super-heróis levados à avenida no desfile da escola campeã. Mulheres de top disputavam no tapa camisetas de uma rádio arremessadas do camarote. O locutor exaltava a volta de Paulo Barros à agremiação. As notas mais comemoradas foram os cinco 10 que a escola recebeu em comissão de frente.

"Parece que o coração vai sair pela boca", disse a passista Marina Teixeira, sambando sem parar. "Foi muita luta, valeu a pena", emendou o segundo mestre-sala, Sandro Avelar. "Não tem explicação", afirmou Patrícia Cristina, a segunda porta-bandeira. Uma segunda festa estava prevista para a quadra da escola no Morro do Borel, na zona norte, com mais 50 mil latinhas de cerveja distribuídas de graça, conforme o diretor da quadra da zona portuária, Fernando Leal.

GRANDE RIO

Na quadra da Grande Rio, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), a festa começou assim que terminou a apuração. A bateria comandada pelo Mestre Ciça e os intérpretes cantaram o samba-enredo em homenagem aos 25 anos do Sambódromo do Rio, comemorados em 2009. O presidente administrativo da escola, Hélio de Oliveira, chegou à quadra levando o troféu, foi muito aplaudido e posou para fotos com o público. "Ninguém nos apontava como favoritos, mas nós tínhamos certeza de que fizemos um bom desfile. Conseguimos um vice-campeonato que foi quase um campeonato", afirmou, convicto, Hélio.

O segundo lugar da Grande Rio foi confirmado na reta final da apuração, quando a Beija-Flor perdeu pontos preciosos em alegorias e adereços, comissão de frente e enredo. A escola de Duque de Caxias levou para a Sapucaí um enredo leve e ainda prestou homenagens a Joãosinho Trinta, Jamelão e Paulo Barros (pelo desfile de 2004).

Em Nilópolis, o público deixou a quadra da Beija-Flor assim que foi confirmado o terceiro lugar. A segunda colocação da Grande Rio decepcionou os torcedores que acompanhavam em dois telões a disputa emocionante, decidida só no fim da apuração.
O Estadão

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