quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dalva e Herivelto versão fast forward

06 de janeiro de 2010- Zero Hora
TELEVISÃO


Microssérie narra três décadas de história em cinco capítulos

Nas primeiras cenas de Dalva de Herivelto, uma sensação de eu-já-vi-isso-antes e uma vontade de perguntar “onde está a Larissa Maciel?”. A alusão tinha lógica: foi com a morte da cantora Maysa que teve início a minissérie Maysa. E foi com uma Dalva de Oliveira doente, pedindo ajuda à Rede Globo por telefone, que começou a microssérie sobre a vida de Dalva e de seu grande amor, Herivelto Martins. A sensação de nenhuma-novidade-por-aqui foi o pecado da atração escrita por Maria Adelaide Amaral e dirigida por Dennis Carvalho, que estreou segunda-feira na RBS TV.

Contando com a mesma estrutura de Maysa – de ir e vir no tempo –, o primeiro capítulo de Dalva e Herivelto agradou, mas não emocionou. A história, contada aos atropelos, foi mais falada do que mostrada – Dalva não faz, relembra ao contar para amigos episódios de sua vida, momentos que nem aparecem em cena. Nitidamente, culpa da velocidade da microssérie, de apenas cinco capítulos.

Também foi culpa da rapidez a falta de empatia entre o telespectador e a história. Como a vida de Dalva e Herivelto passa como um furacão para quem está assistindo– eles se conhecem, começam a cantar juntos, ela engravida, eles se casam na umbanda –, não temos tempo de sermos conquistados por aquelas vidas. Se houvesse mais capítulos, certamente nos envolveríamos mais com a mulher pobre e talentosa, que morre de amores pelo malandro carioca, que também a ama, mas não somente a ela.

Pode-se dizer que o primeiro capítulo de Dalva e Herivelto cumpriu seu papel: apresentou uma história pouco conhecida sobre pessoas conhecidas, ambientou personagens e cenários dos anos 1930 aos anos 1970 honestamente, contou com uma produção caprichada e colocou como protagonistas um ator (Fábio Assunção) e uma atriz (Adriana Esteves) que funcionam em cena juntos. Mas, entre os comentários sobre a série, no dia seguinte ouviu-se bastante “eu esperava mais”.

tatiana.tavares@zerohora.com.br
TATIANA TAVARES

Nenhum comentário:

Postar um comentário