segunda-feira, 23 de julho de 2012

Um ano após morte, pai de Amy relata luta contra drogas em biografia

A biografia de Amy deve chegar ao Brasil em agosto. Foto: Reprodução

Foi lançada no dia 26 de junho nos Estados Unidos - e uma semana depois no Reino Unidos - a biografia da cantora britânica Amy Winehouse escrita por seu pai, Mitch Winehouse. Apresentado como seu "conselheiro mais próximo, inspiração e melhor amigo", Mitch promete fazer um retrato de "um dos maiores talentos musicais de nossa época" no livro. Amy, My Daughter deve chegar ao Brasil em agosto, segundo a editora Record, responsável pela publicação da obra por aqui, mas já é possível descobrir um pouco do que está nas 320 páginas da biografia pela repercussão na imprensa internacional.

No livro, o pai da cantora não evita o tema do consumo abusivo de drogas e de álcool por parte da filha e descreve a realidade de sua dependência e a marca que deixou na família e nos amigos. De acordo com o Indepedent, Mitch faz um retrato "impiedoso" do vício. "Poucos pais podem dizer que se envolveram tanto na vida de um filho quanto ele. Foi ele quem tentou, muitas vezes sem sucesso, afastar os traficantes de drogas que tentavam levar pedras de crack para as clínicas de reabilitação dentro de buquês de flores", diz o jornal.

De acordo com a publicação, Mitch deixa claro que o que levou Amy ao fundo do poço foi a combinação do relacionamento com Blake Fielder-Civil, que ele classifica como o "maior vagabundo que Deus já criou", e a dependência de heroína e cocaína. Para piorar a situação, os problemas no relacionamento e as drogas eram a sua maior inspiração na hora de compor, e o sucesso de canções como Back to Black e Rehab acabou reabrindo velhas feridas quando elas já estavam curadas.

Além da fase conturbada da vida de Amy, Mitch fala também sobre a infância da filha e faz revelações sobre a vida em família. Ele conta que ela era craque em equações e que fazia problemas de matemática em casa para se divertir quando criança. O pai também escreve sobre o judaísmo da família, outro assunto pouco explorado, falando das festas em restaurantes kosher. Ele menciona ainda uma carta anônima que recebeu de um fã culpando-o por Amy ter se tornado o que se tornou e pedindo que ele voltasse para Auschwitz, campo de concentração em que muitos judeus foram executados durante a Segunda Guerra Mundial.

O New York Post divulgou um trecho de uma carta de Amy para o pai durante uma temporada nos Estados Unidos no início de sua carreira, em 2003. "Querido papai, eu te amo muito e mal posso esperar para te ver de novo em algumas semanas. Estou trabalhando e não gastei nenhum centavo. Alguns milhares de dólares se foram, mas nenhum centavo", diz ela. De acordo com o jornal, essa é uma das muitas cartas que a cantora escreveu para o pai. Os pais de Amy se separaram quando ela tinha 9 anos e, apesar de ter morado com a mãe até os 16, ela sempre foi mais próxima de Mitch.

Sobre a trágica morte, Mitch disse que o mais triste é que Amy estava em um impressionante processo de recuperação quando morreu. Segundo ele, a cantora não usava drogas havia 18 meses, finalmente estava tendo um relacionamento saudável e estava há seis semanas sem beber. "Estávamos esperançosos", disse ele em uma entrevista à Canadian Press. "Se alguém tivesse me dito que ela morreria em 2007, 2008, eu teria achado justo, porque ela estava muito mal. É ridículo falar que alguém morreu quando estava saudável, mas... ela estava saudável. É isso o que torna tudo tão difícil. Não estou dizendo que os últimos 18 meses da vida dela foram cheios de glamour. Havia momentos em que ela ficava deprimida e havia momentos em que ela bebia demais, mas também havia momentos ótimos, em que ela não estava bebendo", contou Mitch.

Ainda de acordo com o Independent, o pai da cantora relata o apoio de várias celebridades na luta de Amy para superar as drogas e o álcool. Em algum momento, ela tentou a recuperação em uma casa de Bryan Adams na ilha de Mustique. Em outra ocasião, em uma clínica de reabilitação, ela recebeu a visita de Kelly Oursborne. Além disso, o próprio Mitch recebeu conselhos de Roger Daltrey e Russell Brand sobre como ajudar a filha na luta contra as drogas. Ele ainda conta sobre uma vez em que expulsou Pete Doherty - outro músico famoso pelo abuso de drogas - do quarto de Amy espancando-o com sua própria guitarra.

Em outro trecho, divulgado pela NME, Mitch conta que a letra do hit Rehab foi composta em três horas. "Ela contou a Ronson (Mark Ronson, produtor musical) sobre a vez que esteve em minha casa após ter estado no hospital, quando todo mundo estava reclamando sobre o seu alcoolismo. 'Você sabe que eles tentaram me fazer ir à reabilitação, mas eu disse não, não, não", descreve o pai da cantora, dando a entender que o refrão da música que ganhou três Grammy Awards foi resultado de uma conversa informal. Após o desabafo, Amy foi para o estúdio com o parceiro Mark, que sugeriu que a faixa tivesse um som "de um grupo feminino dos anos 60". "Amy não estava acostumada com este estilo, mas funcionou, e neste dia ela escreveu Rehab em apenas três horas", relata.

Ex-taxista, Mitch Winehouse é cantor de jazz e criou a Fundação Amy Winehouse, uma organização para ajudar jovens em dificuldades centrada principalmente nos problemas com o vício. Ele, que foi muito criticado por estar "lucrando" com a morte da filha, já disse que toda a renda pela venda do livro será destinada à fundação.

Amy Winehouse morreu aos 27 anos no dia 23 de julho de 2011. A causa da morte foi uma alta dose de álcool. Segundo relatórios dos médicos legistas, a cantora tinha em seu sangue cinco vezes a dose de álcool permitida para dirigir na Inglaterra - o limite legal é 0,08%, enquanto a amostra de Winehouse mostrava 0,4%. Depois de semanas de abstinência, a cantora voltou a beber e a superdosagem causou um coma alcóolico, resultando em parada respiratória. Em seu quarto, foram encontradas três garrafas vazias de vodka.

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