terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Queria fazer a personagem da minha vida", diz Secco sobre Surfistinha

Terça, 22 de fevereiro de 2011, 07h20
Guilherme Scarpa

Ninguém sabe bem o que vai encontrar no aguardado Bruna Surfistinha, adaptação para o cinema do livro O Doce Veneno do Escorpião, assinado pela ex-prostituta, que também atende por Raquel Pacheco. "No começo, precisei convencer as pessoas de que não é um filme erótico. Em momento algum eu quis ser fiel ao livro. Queria mostrar o meu olhar sobre a história", sinaliza Marcus Baldini, diretor do longa que, após quase dois anos de produção, chega às telas de todo o Brasil, com 400 cópias, sexta-feira (25).

Deborah Secco vive Raquel Pacheco no longa

Estrelado por Deborah Secco, no ar como a Natalie Lamour da novela Insensato Coração, o filme representa, acima de tudo, uma grande virada na carreira da atriz. "Eu queria fazer a personagem da minha vida. Mas o Marcus era bem reticente, achava que seria uma personagem midiática interpretada por uma atriz midiática. Nem me convidou para um teste e só depois me mandou o roteiro. Mas eu me reinventei, me zerei e comecei tudo de novo, virei uma nova Deborah atriz", conta ela, que teve uma intensa preparação para encarnar a personagem-título.

"O Marcus disse que eu estava muito magrinha, que era o meu normal, né? Praticamente anoréxica. Aí passei a comer uns sete pães no café da manhã. Em vez de um prato, eu comia três", afirma a atriz.

O mais complicado para ela, no entanto, foi rodar as cenas em que Bruna usa drogas - mais até do que filmar cenas picantes. "Sexo a gente sabe como funciona. Já cocaína eu nunca tinha visto na vida. E fazer disso uma coisa cotidiana era mais difícil ainda. Para essas cenas, conversei com médicos e ex-usuários", entrega ela, que sequer tinha ideia das sensações que a droga provoca.

"Perguntei quanto tempo demorava. Não tinha noção do que era me sentir a dona do mundo. Às vezes, me sentia perdida no set", completa ela, que não vê semelhanças com a personagem e nunca usou drogas. "A única coisa em comum é que eu também nunca fui a garota mais popular da escola", diz.

Para Marcus Baldini, esse é um dos aspectos interessantes da personagem retratada no longa. "Dentro daquela história de garota de programa, que estava sendo reconhecida, tinha uma menina tímida tentando encontrar seu lugar no mundo. Esse contraponto me chamou atenção. O fato dela ser sensual, de classe média e ter complexo de rejeição. Lendo o livro, percebi que ela estava buscando uma realização dentro da carreira de prostituta", argumenta ele, que divide o longa em três etapas.

"Primeiro, vemos a Bruna em casa e na escola. Depois, a decisão de se tornar prostituta. No terceiro momento, ela está sozinha, escrevendo no blog. Tudo isso entremeado pelas histórias com os clientes", adianta Marcus.

Quando Bruna sai de casa para se prostituir, é recebida por uma cafetina, vivida por Drica Moraes. "Eu acompanhei o processo de adoção do filho dela. Drica me conhece desde que eu tinha 12 anos. Nas filmagens, a gente não sabia que ela estava mal. Essa semana nos encontramos e vimos o filme juntas. Ela ficou emocionada e me elogiou. Isso foi mais importante que qualquer crítica", diz Deborah.

O Dia

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