quarta-feira, 13 de março de 2013

'Flor do Caribe' e 'Tropicaliente': o autor é o mesmo, os cenários paradisíacos, mas evite comparações!

Já comentei sobre a expectativa de “Flor do Caribe”, que acaba de estrear no horário das seis, arrebatar o público por conta das imagens paradisíacas do nordeste brasileiro (sem esquecer que há cenas gravadas na Guatemala). Esse cenário aliado à promoção de uma novela da Globo – capaz de deixar qualquer agente de viagem rindo de orelha a orelha nas férias de verão – remete a um grande sucesso do autor Walther Negrão: “Tropicaliente” (1994).

A intenção de voltar ao cenário nordestino pode não ter sido à toa. Mas as semelhanças param nas paisagens exuberantes e no nome do mocinho. Quase 20 anos depois, mudou-se do Ceará para o Rio Grande do Norte. E o Cassiano de “Tropicaliente” - Márcio Garcia, estreando em novelas – deu lugar a Henri Castelli.

'Flor do Caribe' e 'Tropicaliente'/Divulgação

Apesar da promessa de resgatar o Ibope do início da noite, “Flor do Caribe” se mostra lenta em sua narrativa, mais “brejeira”. Isso tem a ver com o estilo da direção, digamos contemplativa, que virou marca de Jayme Monjardim. Como novela também precisa de boas histórias e interpretações, a estratégia de fisgar a audiência pelo clima sol e mar pode não ser suficiente. A fórmula nem sempre funciona. Não é tão simples.

Dirigida por Gonzaga Blota, “Tropicaliente” era mais ação e ritmo. Inclusive, o musical - com Elba Ramalho cantando “Coração da Gente” na abertura. Desta vez, Maria Gadú (queridinha de Monjardim) canta o tema “Em Paz”. Confesso que senti falta desse alto-astral, desse clima festivo no primeiro capítulo.

Comparações à parte, torço para que a trama engrene. Grande novelista que é, Walther Negrão (em sua 36ª novela) merece outro sucesso arrebatador em sua trajetória. Depois do fiasco que foi “Vila Madalena” (1999/2000), o autor assinou as medianas “Como Uma Onda” (2004/05), “Desejo Proibido” (2007/08) e “Araguaia” (2010/11). Ou seja, está na hora de fazer as pazes com a audiência, brindar o público com uma boa história e ter repercussão.

Vale lembrar que Negrão é responsável por sucessos inesquecíveis (muitos deles na faixa das seis) entre as décadas de 80 e 90. “Pão Pão, Beijo Beijo”, “Livre Para Voar”, “Direito de Amar”, “Fera Radical”, “Top Model” e “Despedida de Solteiro” são alguns exemplos. Inclusive o quarteto de “Flor do Caribe”, formado pelos pilotos Cassiano, Amadeu (Dudu Azevedo), Ciro (Max Fercondini) e Rodrigo (Thiago Martins), me fez lembrar por um momento os inseparáveis amigos João Marcos (Felipe Camargo), Pedro (Paulo Gorgulho), Paschoal (Eduardo Galvão) e Xampu (João Vitti) de “Despedida de Solteiro”. Coisa de quem assistiu buscando referências na obra do autor – que tantos outros clássicos da TV traz no currículo.

Por Gustavo Baena | Sob Controle
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