Hoje
O tribunal instou a Globo a alterar o papel da personagem
Era inédito até agora o facto de uma criança ser a vilã de uma te-lenovela brasileira destinada a um público adulto. Porém, Viver a Vida, transmitida na SIC e da autoria do consagrado Manoel Carlos, tornou, progressivamente, a personagem de Rafaela, uma criança problemática, na principal vilã da história. A violência e as maldades que a personagem pratica têm sido alvo de muitas críticas por parte da opinião pública brasileira e, em Outubro, o caso chegou mesmo à justiça, que "manifestou preocupação" quer pela actriz quer pelo modelo negativo que a personagem constituía para outras crianças e adolescentes. A Procuradoria da Justiça brasileira pediu que a Globo redefinisse o papel de Rafaela.
Apesar disso, nem a Globo nem o autor Manoel Carlos acataram as decisões do tribunal, que, na quarta-feira, realizou nova audiência com o departamento jurídico da estação televisiva para discutir o papel da criança de Viver a Vida.
Entre os vários aspectos analisados estiveram o trabalho infantil, uma vez que o Ministério Público considera que "nem todas as manifestações artísticas são passíveis de serem exercidas por crianças e adolescentes pela forma como podem afectar o seu desenvolvimento". A justiça brasileira ameaça agora com acções judiciais que podem ir até ao afastamento da criança da novela, caso a Globo e o autor não alterem as características da personagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário