Luisa Arraes acha importante retratar a violência contra a mulher na TV (Divulgação/ Globo)
No ar como a Débora de “Justiça”, Luisa Arraes precisou enfrentar na ficção seu maior medo na vida real. A atriz revelou que ficou tão nervosa ao gravar a cena em que sua personagem é estuprada por um homem em um beco, durante o Carnaval de Recife, que sofreu sintomas físicos antes da gravação e não quis nem assistir ao resultado do trabalho.
“Todas as cenas na minissérie são muito difíceis, com carga emocional muito alta. Tive todos os tipos de dor, de barriga, de coluna. A gente tem muita ajuda da equipe inteira para se concentrar e entrar na história, porque são tragédias que a gente não viveu. Temos que usar a imaginação e ver o que pode ser feito com o pavor e o medo que existem, porque essas histórias acontecem. A cena do estupro eu não consigo mais assistir, foi horrível. É um pavor iminente”, contou Luisa Arraes em entrevista ao “UOL”.
A atriz também afirmou que a violência contra a mulher é muito pouco abordada na TV e por isso é importante que a teledramaturgia a retrate. “É preciso falar, sim, a gente foge muito de assuntos feios, tem medo de falar sobre isso. Débora usa muito o termo estuprador, que é horrível, ninguém gosta. Mas existe, é um medo que não pode ficar calado. Esse movimento (social contra o machismo) incrível das mulheres aqui no Brasil. Eu converso com meu pai e ele diz: 'Mas isso já acontecia na Europa, nos anos 1960’. Tudo bem, mas aqui não! Esses movimentos ajudam todas nós a termos coragem. Acho que é ótimo que o assédio esteja aparecendo com mais força na TV”, explicou Luisa Arraes.
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