João Baldasserini, o Beto
de ‘Haja Coração’ é o entrevistado de hoje da coluna. No bate-papo a seguir, ele fala sobre vaidade, diz que não se acha bonito e conta que não é fácil lidar com o título de galã. Solteiro, mas aberto a novos relacionamentos, João revela que Mariana Ximenes, a Tancinha da trama, começou uma campanha para que ele arranje uma namorada. O ator ainda relembra seu primeiro emprego, como empacotador de supermercado, e da faculdade de Direito, que não foi concluída porque o teatro era a sua grande paixão: “Minha mãe diz que eu quis fazer Direito apenas para agradá-la”.
Você foi empacotador de mercado na adolescência. Relembra um pouco dessa época para a gente?
Na época eu era adolescente, em Indaiatuba, tinha uns 17 anos e queria trabalhar, ter meu dinheiro. Eu sempre fui bem agitadinho, gostava de sair e, ao invés de ficar pedir dinheiro para minha mãe, decidi procurar um emprego. Achei esse de empacotador e foi muito legal. Trabalhei durante um ano no supermercado. Foi o meu primeiro trabalho, então eu me lembro que tive orgulho. Durou até quando eu entrei em um colégio preparatório e comecei a estudar para prestar o vestibular.
Você trocou o curso de Direito pelos palcos. Como foi essa transição?
Eu não era um aluno muito dedicado, não era o melhor da classe. Era a fase em que eu tinha que escolher um curso para prestar o vestibular. Eu gostava de Direito e escolhi esse curso. Mas não era aquela coisa de ‘é isso que eu quero para a minha vida’. Era só uma escolha, eu não tinha certeza disso. Minha mãe diz que eu quis fazer Direito apenas para agradá-la. Tanto que, quando eu comecei a fazer teatro nesse colégio preparatório para o vestibular, ela percebeu que eu estava mais feliz, com um brilho nos olhos. O teatro era muito mais interessante e estava mexendo mais comigo na época. Eu tive um apoio muito grande da minha mãe. Foi ela que realmente me estimulou a deixar de fazer o curso de Direito e começar a estudar teatro.
Ano passado, você chegou a alcançar o posto de 7º homem mais buscado pelos brasileiros no Google. O que achou deste resultado?
Fiquei muito surpreso! Eu vim do teatro, então não sentia essa abordagem tão grande das pessoas nas ruas, por exemplo. Mas quando comecei a fazer TV, emendei uma série de trabalhos legais, fortes, que acabaram chamando a atenção do público. É uma novidade para mim, mas fico muito feliz com esse retorno!
Você tem uma grande carreira no teatro de São Paulo. Mas ter sido apontado como namorado de Paolla Oliveira te deixou mais conhecido do público brasileiro. Como você vê essa exposição?
Como as pessoas sempre veem os atores interpretando personagens, acaba tendo um interesse pela nossa vida pessoal também. Acho natural e até hoje não tive problemas com uma exposição ‘invasiva’. Tive a felicidade de fazer bons personagens e as pessoas sempre me abordam falando sobre eles, elogiando… Esse carinho do público é ótimo!
Em ‘Haja Coração’, Beto disputa o amor de Tancinha (Mariana Ximenes). Você já viveu um triângulo amoroso?
Nunca vivi um triângulo amoroso. Mas uma vez, um namoro meu terminou e eu continuei insistindo na conquista, mandando flores, tentando uma volta… Nesse meio tempo, ela arrumou outra pessoa. Eu acabei entendendo que não tinha mais jeito e segui em frente.
Mariana Ximenes estava fazendo uma campanha para você arranjar uma namorada. Você ainda está solteiro?
Sim, estou solteiro. Essa história foi uma brincadeira, que começou nos bastidores da novela. Quando soltei que estava aberto a encontrar um novo amor, a Mari começou essa ‘campanha’ (risos).
Fica mais difícil arranjar uma namorada quando seu rosto aparece diariamente na TV?
Eu procuro não pensar que é o fato de eu estar na televisão e me tornando uma pessoa pública que pode fazer com que eu arrume uma namorada mais fácil, mais bonita, mais legal. Eu continuo sendo o João e procuro continuar sendo o que eu sou e sempre fui. Eu acho que todo mundo quando vai em busca de alguém quer uma pessoa que admire, ache bonita, goste. E eu também quero isso. É normal as pessoas se aproximarem pelo fato de eu ser uma pessoa pública hoje. Eu vejo como uma admiração. Mas eu também quero me admirar pela pessoa, então é uma troca. É claro que eu acabo conhecendo mais gente, mas não muda muito, continua tendo que ter a química.
Você já deixou de fazer alguma coisa por causa da fama?
Não. Fiz teatro muito tempo, então a abordagem era diferente. Depois que fui pra TV e principalmente agora, em ‘Haja Coração’, tem aumentado bastante. A novela é realmente um sucesso e as pessoas acham o Beto muito divertido e atrapalhado. Quando me encontram sempre falam da trama, torcem para que ele fique com a Tancinha… Mas isso não me atrapalha em nada, pelo contrário. Tem sido muito prazeroso receber esse carinho.
O que te incomoda em ser famoso?
Eu acho que a fama é ter o seu trabalho reconhecido pelo grande público, e isso sempre vai ser mais positivo do que negativo, ainda mais para um ator, que precisa tocar e emocionar as pessoas.
Você ganhou o rótulo de galã de ‘Haja Coração’, desbancando Malvino Salvador. Esse rótulo te incomoda?
O Malvino é um grande parceiro e as pessoas adoram o Apolo, curtem muito esse triângulo. Não é fácil lidar com o título de galã, mas estou me acostumando com essa ideia e aceitando melhor aos poucos (risos). Na verdade eu acho que esse é muito mais o perfil do Beto do que meu. Ele é um cara bem sucedido, tem esse lado charmoso.
Você se acha bonito?
Eu me acho interessante! Legal, sensível…
É vaidoso?
Eu tenho os meus momentos, vamos dizer assim. Tem horas que eu sou mais vaidoso, outras não sou nem um pouco. Acho que isso também se liga muito à autoestima e nesse sentido eu sou uma pessoa que tem suas vaidades sim, acho legal. É importante se gostar, se respeitar, se curtir.
Como você lida com o ‘não’ na vida profissional e amorosa?
Eu acho que o ‘não’ faz parte do jogo, tanto no amor quanto na profissão. A maturidade faz a gente se frustrar cada vez menos com as negativas e aceitar que elas são parte do caminho.
O que é felicidade para você?
Isso é muito amplo, mas minha maior felicidade tem sido esse momento que estou vivendo, de grande realização profissional.
O que ninguém sabe ainda sobre você e vai saber agora?
Eu tenho a opinião de que amar é também estar disposto a sofrer. São duas coisas que se acompanham, muitas vezes, e as pessoas não entendem isso. O bonito é amar sabendo que há consequências boas e não tão boas em se entregar. E eu digo amar não somente uma pessoa, mas amar no sentido mais amplo da palavra: amar a vida, a profissão…
Você já voltou em Indaiatuba depois que ficou famoso? Como foi?
Já voltei sim e adoraria ir mais vezes. Eu tenho ido pouco por causa do trabalho. Foi muito legal! Minha cidade é pequena, do interior, e é uma cidade muito gostosa, tenho muito orgulho de lá. Desde que eu comecei a trabalhar como ator meus amigos e minha família sempre me deram muito apoio. Depois que saí de Indaiatuba, pude perceber que é uma cidade que eu tenho no meu coração.
Qual é o seu sonho de consumo?
Não sou um cara que ambiciona muito as coisas… Talvez ter uma família, que é um sonho grande que eu tenho. Se essa resposta valer, eu gosto muito dela! (risos)
Muita gente diz que os bastidores das novelas de sucesso são cheios de intrigas e olho grande. Dá para fazer amigos nos Estúdios Globo?
Claro que dá! Gente legal e gente chata existe em todos os lugares, em todas as áreas. Conheci pessoas maravilhosas nos bastidores dessa novela, me divirto muito e fico admirado com a dedicação e com o profissionalismo que existe aqui dentro. Dá muito trabalho colocar uma novela no ar de segunda a sábado!
Como você se vê daqui a dez anos?
Eu me vejo aprendendo muito ainda com a vida, mais seguro profissionalmente, com uma família, mulher e filhos… Me vejo feliz! Realizado e vivendo a vida da melhor maneira possível, se Deus quiser!
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